A Bolsa de Valores de Moçambique registou uma evolução positiva nos seus principais indicadores
, durante o terceiro trimestre de 2023, quadro que reafirma a tendência de crescimento, que vem dos trimestres.
A informação foi tornada pública pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique, Salim Cripton Valá, durante o Economic Brienfing promovido pela CTA, no qual foi apresentado o Índice de Robustez Empresarial.
A tendência positiva é suportada pelo crescimento de indicadores como Índice de Liquidez, Volume de Negócios e Dívida Corporativa, que no segundo trimestre do presente ano também registaram uma evolução positiva.
“Registámos uma evolução positiva no terceiro trimestre de 2023, face ao segundo trimestre. Destaque para a Dívida Corporativa (+53,8%), Volume de Negócios (+38,8%), Índice de Liquidez (+36,2%). A análise do terceiro trimestre homólogo mostra o crescimento dos indicadores da BVM 2023 superior ao crescimento da BVM 2022”, revelou Salim Cripton Valá.
O desempenho positivo da Bolsa de Valores de Moçambique no terceiro trimestre de 2023 teve lugar num contexto em que a economia nacional continuou a ser influenciada pela economia global, altamente condicionada pelo conflito geoestratégico no Leste Europeu.
No período em referência, foram registadas 11 novas emissões, sendo 04 Obrigações do Tesouro, 02 Obrigações Corporativas e 05 emissões de Papel Comercial, no valor total de 9.840 milhões de meticais.
A Cervejas de Moçambique (CDM) foi a empresa com maior volume de negociação no terceiro trimestre de 2023, ao negociar 4,25 milhões de meticais, seguida pela Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
Salim Valá revelou, igualmente, que, no período em referência foi emitido menos 40 por cento do valor de Obrigações do Tesouro relativamente ao período homólogo, o que demostra uma tendência para a redução do stock da dívida pública interna.
As 04 emissões de Obrigações do Tesouro registadas neste período foram feitas à uma taxa média de 16,12%, num cenário em que os juros das emissões anteriores de OT foram pagos à uma taxa média de 18,74%.
Por sua vez, o Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, fez saber que o Índice de Robustez Empresarial, registou uma ligeira melhoria face ao trimestre anterior.
Referiu ainda que, o Índice de Robustez Empresarial cresceu um ponto percentual, passando de 28 por cento (no segundo trimestre) para 29 por cento no terceiro trimestre de 2023.
“A tendência do Índice de Robustez Empresarial, no terceiro trimestre do ano em curso, foi de ligeira melhoria em um ponto percentual, tendo se fixado em 29%, contra 28% do trimestre anterior. Este desempenho, ainda que superior ao do trimestre anterior, mostra-se bastante frágil”, disse Agostinho Vuma.
Vários elementos, tal como disse Agostinho Vuma, concorreram para o alcance deste desempenho, apesar dos constrangimentos no sector agrícola como o aumento de encargos financeiros com a banca; subida sucessiva da taxa MIMO, de 13,25% em Janeiro de 2022 para 17,25% em Setembro do mesmo ano; o facto de a situação no mercado do emprego continuar muito frágil; e ainda o contínuo acúmulo das facturas por pagar aos fornecedores por parte do Estado.
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